No fim de outubro, chegou a versão revisada do mais recente jogo de Naruto, Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 3 Full Burst. Será que ele vale a pena seu dinheirinho? Vamos ver então.
Naruto Shippuden: Ultimate Ninja Storm 3 Full Burst
Produtora: Bandai-Namco
Desenvolvimento: CyberConnect 2
Plataformas: Xbox 360, Playstation 3, PC
Gênero: Luta
O jogo ignora o antecessor Generations (que tinha uma premissa diferente da série regular) e segue os eventos do UNS 2. Após a dura batalha contra Pain, a Vila da Folha (Ou Konoha se você for purista) está se recuperando, assim como o mundo Ninja em geral, mas as ações da Akatsuki não passaram sem uma resposta das nações. Durante a cúpula dos cinco Kage, no país do fogo, Madara Uchiha começa a colocar em ação seu plano sinistro de dominação global, o que acaba acarretando na declaração da Quarta Guerra Ninja, mas dessa vez as nações se uniram contra seu inimigo em comum.
Enfim, é difícil falar sobre o enredo do UNS 3 sem soltar um spoiler gigante para quem ainda não chegou nessa parte do anime (ou do mangá)... Eu por exemplo, que parei no episódio 34 do Shippuden. Mas enfim, devaneios a parte, uma consideração no tocante ao desenvolvimento do jogo. O Ultimate Ninja Storm 3 foi lançado em Março desse ano, então consideremos que ele tenha começado a ser desenvolvido após o fim do desenvolvimento de Asura's Wrath (A equipe da CyberConnect2 se dividiu em duas em certo ponto, e enquanto uma trabalhava em UNS Generations, a outra se concentrava em Asura), então é decerto que o material base que a equipe tinha era o mangá, já que muito do que está no jogo não havia sido animado na época da produção... E certamente isso denota um cuidado extraordinário da equipe do jogo.
A jogabilidade permanece a mesma que vem sendo refinada jogo a jogo desde o primeiro Ultimate Ninja lá nos tempos do PS2, com um botão de ataque (B ou* O), um de chakra (Y ou Δ (que pode ser usado pra concentrar jutsus comuns, Ultimate Jutsus ou Team Jutsus), um para Shuriken (X ou ⃞) e um para saltos (A ou X). Os botões de ombro são usados para chamar os suportes, e os gatilhos para Shuriken ou para o Jutsu de Substituição. O direcional digital usa os ítens de suporte e a movimentação é feita pelo analógico esquerdo.
*Controle do X360 ou do PS3
O analógico direito pode ser usado para entrar no modo despertar, que explicarei na próxima frase. O modo despertar, aumenta exponencialmente a força e agilidade do personagem, mas o impede de usar Ultimate Jutsus ou chamar suporte (os botões de ombro tem outra utilidade). Mas esse auxílio é por tempo limitado e diminui a sua barra de chakra, então use-a sabiamente nas batalhas online, ou será chutado ferozmente pelos viciados... Palavra de perdedor.
As batalhas são frenéticas e velozes, e acreditem, eu constatei isso quando joguei o primeiro Ultimate Ninja Storm tempos atrás, mas a adição de uma dimensão trouxeram maior dinamismo aos combates. Sem contar que o elenco é o maior visto em um jogo de Naruto (81 personagens, incluindo o modo Eremita do Kabuto, desbloqueado na Missão secreta de Sasuke), o que adiciona um fator replay absurdo em partidas locais. Os personagens são diferentes, tanto em Jutsus, como maneira de jogar e encontrar o que se adequa ao seu estilo de jogo.
No modo história, coisa funciona quase como um RPG, com o personagem indo do ponto A ao B e algo acontecendo, assim até o fim do jogo, quando Naruto é liberado para fazer as outras sub-quests (algo necessário para se desbloquear o Capítulo inédito de Sasuke) e garantir alguns Achievements/Troféus em sua conta. Em certos pontos da aventura (ou mesmo em sub-quests secundárias), haverão momentos em que você pode escolher entre dois caminhos, o do Herói (mais fácil e condizente com os eventos da série) ou o da Lenda (mais difícil e mais recompensante). E também existem os ítens de reforços que podem ser comprados para ajudar antes das lutas. Conforme se evolui no jogo, ítens mais eficientes podem ser comprados, tanto pra uso nas lutas, quanto as marmitinhas usadas antes delas.
Em batalhas específicas (as mais grandiosas e chaves), haverão momentos em que a ação cessará e dará início uma cinemática aonde rolam uns quick-time-events, que ajudam em muito a passar a idéia de grandiosidade e escala do jogo. E se você conseguir completar com sucesso o medidor de QTE, uma cena especial rolará.
Além das batalhas normais, existem as mob-battles, que são lutas contra grupos de inimigos, que dessa vez usam a própria engine das lutas, mas como em um Beat'em up. Elas são relativamente simples e rápidas, mas são muito gostosas de se jogar. Uma pena que não são muitas ao longo do jogo, porque eu curti bastante isso. Deu até vontade de tirar a poeira do PS2 e jogar a série Uzumaki Chronicles. E não vou nem falar nas 100 novas quests que foram adicionadas na versão Full Burst e que adicionam muito mais horas a sua jogatina.
Graficamente é excelente, mantendo o padrão da série, com modelos em Cel shading (para os incautos, o cel shading é uma técnica que em grosseiro modo, maqueia modelos poligonais e os faz parecer em 2D, como uma animação. É um recurso bastante usado em jogos de animes.) muitíssimo bem feitos e os cenários estão um espetáculo visual. Sério, em alguns pontos da aventura, pare o personagem e observe o fundo do cenário. As cenas são igualmente bem feitas, e bem dirigidas, e algumas cenas não são pequenas, tendo sequências que chegam a mais de meia hora, coisa que esperamos ver em um jogo do Kojima, não em Naruto, mas isso não chega a ser um defeito... Enfim, para a versão Full Burst, as cutscenes foram retrabalhadas, gerando uma melhora absurda no visual delas.
Sonoramente, as composições de Chikayo Fukuda são em parte claramente inspiradas pelas de Toshio Masuda (compositor da série clássica de Naruto) e pelas de Yasuharu Takanashi (compositor de Shippuden), mas ainda assim mantendo um tom e ritmo próprios. Se alguns temas de batalha chegam a ser genéricos, outros estão tremendamente sublimes. A dublagem é algo dúbio, o jogo tem opções de audio em Japonês e Inglês. Em japonês é o padrão que estamos acostumados no anime, e não desagrada em momento algum, já em inglês, você passará metade do tempo apreciando algumas das vozes, enquanto a outra metade do tempo você estará querendo calar a boca das outras vozes, explicando melhor: Enquanto que Kakashi, Itachi, Sasuke e Killer Bee (ou B, cujas falas rimadas ficaram melhores em inglês) tem boas vozes que casam com os personagens, seus ouvidos irão sangrar ao ouvir Naruto e Gaara em inglês (de onde os americanos tiraram que o Gaara é um velho de 65 anos?).
Por fim, o jogo tem legendas em português... E acreditem, esse é o maior defeito do jogo, porque definitivamente parece que simplesmente jogaram o script no google translator e deram ctrl+v nele, além é claro, da pessoa responsável pela tradução parece não ter concluído o ensino médio, pois há erros de gênero, digitação, palavras juntas, internetês. Tem momentos em que fica difícil entender o diálogo de tanto erro que tem.
Finalizando, eu não falei tudo o que Naruto Shippuden: Ultimate Ninja 3 Full Burst, como as batalhas anteriores ao jogo que você pode reviver (desde o clássico Kakashi x Zabuza até o recente Naruto x Pain), o sistema de amizade via correio ou as customizações ou roupas diferentes que estão desbloqueadas (Alô Namco-Bandai, libera o DLC da roupa do Goku no Steam que meu dinheiro é seu!), entre outras coisas do jogo, mas acreditem, Recomendo ele a qualquer fã de anime, e é uma aula de como se deve fazer um jogo baseado em um produto. O jogo está disponível pra compra no Steam, por 80 reais, e como DLC na PSN e Xbox Live Arcade (se você já tiver o Ultimate Ninja Storm 3 normal).
Nota Final: 10
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