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Análise: Sleeping Dogs

Nessa indústria dos jogos, erros por conta das publishers são muito comuns. Desde decisões de design, roteiro, isso acaba por prejudicar muitos jogos. O caso, é que a franquia de relativo sucesso da Activision, True Crime estava para ter o seu terceiro jogo ambientado em Hong Kong. Mas naquele corte da empresa, aonde Guitar Hero, DJ Hero e estúdios como o Radical Entretainment (de Prototype) foram limados, True Crime: Hong Kong foi uma das vítimas.

O desenvolvimento do jogo estava bastante avançado, então nada melhor que uma outra publisher abraçar o projeto, e foi o que a Square-Enix fez. Deixando os caras da United Front Games terminar o serviço, o jogo foi rebatizado de Sleeping Dogs... Mas vamos ver como ele se sai?






Em Sleeping Dogs somos apresentados a Wei Shen, um policial nascido em Hong Kong, mas que passou boa parte da sua vida em São Francisco, e que acaba retornando a sua Terra Natal. Nisso, ele acaba tendo que se infiltrar na máfia chinesa para desbaratar seus chefões e levá-los em cana. Apesar do dever, é uma motivação pessoal que o move adiante.


Quando vemos a ambientação de Hong Kong, a primeira coisa que nos vem a mente é Rise to Honor, clássico do PS2 estrelado por Jet Li, e quando começamos a jogar Sleeping Dogs, essa sensação vai por água abaixo. A mecânica de Sleeping Dogs mistura o Sandbox consagrado por Grand Theft Auto, com um toque de Just Cause (as manobras malucas pra roubar carros estavam presentes no primeiro jogo da série da Square-Enix) e o combate lembra (de longe) a série Arkham, mas com um toque daquelas lutas que vemos na série Police Story, do Jackie Chan.


A parte do Sandbox é por parte das dezenas de missões disponíveis e variadas. Mesmo sem comprar os DLC's (dica de amigo: COMPRE), o jogo te dá um bom conteúdo, mas para isso é necessário avançar um pouco no game, que desbloqueará diversos tipos de missão.


Os combates são a princípio simples, mas conforme se avança no jogo e completam-se as missões, novos movimentos são desbloqueados, tornando os combates muito mais divertidos, desde armas a se conseguir ou as lutas ilegais que se pode arrumar.


De um ponto em diante do jogo, arrumam-se armas de fogo, o que dá uma pitada de estratégia na hora de concluir alguma sidequest. Não muita, mas sabendo que se pode usar uma pistola contra um bando de pé sujos já é alguma vantagem.


Além dos sistemas de upgrade conforme as missões (Triad ou Cop), também se tem um sistema de Reputação (Face) que aumenta a cada favor ou missão alternativa feitos, e eles habilitam a possibilidade de compra de roupas e veículos melhores e mais caros. Outra coisa importante (nem tanto), são alguns minigames que existem, como a Rinha de Galos, o Poquer Mahjong e o Karaokê.


A Narrativa do jogo é muitíssimo bem conduzida. Apesar de uma premissa meio Sessão da Tarde (ou a premissa de 76,38% dos filmes de Jackie Chan e Jet Li juntos), o desenvolvimento dos personagens é excelente e você acaba se apegando aos amigos que Wei faz na Tríade, desde o atrapalhado Jackie a sedutora Vivienne, além de dar uns pegas em algumas mulheres (pena que isso não foi desenvolvido de maneira mais longa no jogo), sendo uma delas Emma Stone. Wei não é um cara perfeito, e apesar de sua boa índole, ele tem muitos defeitos e está sempre se remoendo por conta de coisas do passado.


Graficamente, algumas pessoas relatam que o jogo precisou de um Patch pra ficar melhor, mas pra ser sincero, bastaram pra eu jogar e desfrutar de uma belíssima Hong Kong, com um vasto local a se explorar e diversas rotas e ruelas que podem ser usadas como atalhos de um ponto a outro do mapa. Os personagens estão bacanas, nada de muito surpreendente ou detalhista como em GTA IV ou Saints Row: The Third, mas ainda assim muito competentes.


Sonoramente possui uma trilha muito boa. Os temas normais são tranquilos (nos menus), e soam agradáveis aos ouvidos, e os temas das rádios atendem a diversos gostos (eu por exemplo escutava mais Heavy Metal), e até mesmo a Lucy Liu dá uma canja em uma música. Na dublagem, Will Yun Lee se redime da vergonha chamada King of Fighters: A Batalha Final (Rugal tampinha, oh! O horror...) e dubla com maestria o protagonista. Os outros dubladores desempenham bem seus papéis (aliás, o elenco de SD contém Lucy Liu e Emma Stone), mesmo tendo um forte sotaque no inglês de muitos... Mas estou apenas divagando.

Enfim, excetuando-se alguns pequenos bugs, Sleeping Dogs foi uma das melhores surpresas do ano de 2012. Com um bom desenvolvimento de personagens, um mundo bacana para se descobrir e muitos meliantes a se espancar. Recomendado fortemente.


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