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Análise: Tomb Raider


Olha, começarei esse texto falando que nunca fui muito fã de Tomb Raider. De fato, minhas maiores experiências com a franquia, foram 30 minutos de um Tomb Raider aí numa locadora no PS1 há muitos e muitos anos, a demo de um dos jogos da franquia que joguei no meu saudoso Dreamcast (eu atirava em escorpiões) e uma tentativa fracassada de jogar a versão PS2 de Tomb Raider Underworld (o jogo foi adiado só para termos acesso a diversos bugs do jogo x.x). E de fato, a franquia da Eidos começou a ser superada por Uncharted, da Naughty Dog, que possui 3 fantásticos jogos no PS3.

Pois bem, quando a Square Enix comprou a Eidos, a primeira piada sobre o próximo Tomb Raider foi essa. Sim, foi maldade, mas o fato é que a compra da Eidos foi benéfica para ambas as empresas, pois a Eidos recebeu o respaldo (e grana) da gigante nipônica para seus projetos (e acredite, ver o logo da Square-Enix em um jogo do Batman é estranho), além da ajuda da Square no departamento de cutscenes, a Square recebeu em troca um catálogo com diversos clássicos da Eidos, como Hitman, Legacy of Kain, Just Cause, Thief, entre outros. Enfim, o primeiro jogo de Tomb Raider sob a batuta da Square, foi um Spin-Off bacana chamado Lara Croft and the Guardian of Light. Se você curte jogos de visão aérea como Diablo por exemplo, vale a pena a compra. E a empreitada seguinte da Eidos e da Crystal Dynamics foi muito mais ambiciosa, simplesmente resetaram a franquia.



Tomb Raider
Produtora: Square Enix
Desenvolvimento: Crystal Dynamics, Eidos Montreal (Multiplayer)
Gênero: Ação/Aventura
Plataformas: Xbox 360, Playstation 3, PC, Playstation 4, Xbox One

Sabe aquela coisa de Lara Poderosa que os jogos anteriores passavam? Esqueça isso, esqueça tudo. Aqui, Lara ainda é uma iniciante, e está levando sua equipe para procurar vestígios da Rainha do Sol japonês, Himiko. Porém, no caminho, o navio Endurance é pego por uma tempestade e a tripulação acaba parando na ilha de Yamatai. Lá, Lara descobre que a ilha não está deserta, seus amigos foram sequestrados por uma estranha seita e acima de tudo, ela deve sobreviver e se virar para poder sair da ilha e resgatar a tripulação do Endurance.

Resumo dos 30 primeiros minutos do jogo: Se você não for atento, você vai se dar mal. Sério, porque nas cutscenes, a Lara só se fode com uma taxa impressionante de sucesso neste quesito da vida (talvez por isso eu tenha me identificado com ela), e bem, após superar isso, temos um dos melhores jogos desse ano de 2013 (senão o melhor, não joguei ainda Bioshock Infinite ou Last of Us). Primeiramente, a Lara está um personagem completamente mais humano. Ao invés da Sex Symbol que só servia de material masturbatório que recebemos nos primeiros jogos (não sei como os adolescentes da época conseguiam fazer isso com aqueles triangulos que chamavam de peitos), temos uma pessoa insegura sobre suas escolhas, mas que tem que seguir em frente se quiser viver para ver um novo dia, que fica chocada quando mata a primeira pessoa e que tem que aprender que nem sempre é possível fazer tudo.

A jogabilidade aprendeu muito com Uncharted e você aprende a sobreviver com Lara. A princípio você tem pouquíssimos recursos, mas coletando fragmentos e peças que se acham no caminho, Lara consegue se tornar uma guerreira que deixaria Rambo com suor masculino escorrendo dos olhos de orgulho. Mas não é apenas de matar e coletar recursos que se trata o jogo, mas de sobrevivência, e para sobreviver, todo cuidado é pouco. Muitas vezes a plataforma pretendida pode não ser a melhor, e sair como o rambo nem sempre resolve seus problemas. As vezes, a paciência de um caçador é a chave para o sucesso e se esconder para atirar com o Arco e Flecha é o mais recomendado.

Lara tem um arsenal limitado, mas que evolui conforme o jogo avança. Em determinados pontos, o combate é inevitável, e você deve usar de todos os recursos disponíveis (balas, machado, flechas em chamas) para fazer uma pilha de corpos de inimigos, enquanto grita CHOO CHOO MUTHAFUCKER! (Sério, eu fiz isso... Umas 10 vezes), e a maneira com a qual a jogatina flui, mostra que Tomb Raider aprendeu muito com Uncharted. E em outros momentos, você deve pensar em como fazer pra sair daquele aperto, a tocha no local certo, um peso aqui ou ali e apesar dos enigmas não serem tão complicados, eles fazem você aprender a pensar como uma sobrevivente. E se você sentiu falta do que era padrão em Tomb Raider, no caso a exploração de Tumbas, existem Tumbas secretas que irão lhe agradar bastante. Durante o jogo, se você estiver um pouco apertado em alguma coisa, use o Instinto de Sobrevivência (um simples botão) e o jogo ficará em preto e branco, brilhando em dourado os locais importantes (além de indicar o destino).

Ah, uma coisa que chamou a atenção, foi o excelente uso dos Quick Time Events durante o jogo, apenas em momentos cruciais e certeiros do jogo, mas não é nada que tire a tremenda imersão que o jogo traz. Outra coisa importante a se frisar que o progresso do jogo não é feito da maneira como estamos acostumados nos jogos, já que a transição de uma etapa e outra do jogo é feita de maneira quase que imperceptível, você sabe que está em um local novo quando há um acampamento e a chance de descansar (e melhorar as habilidades.)

Os gráficos são imensuravelmente lindos. A Lara não ganhou apenas uma repaginada em termos de personalidade, mas também um novo rosto. Ao invés do familiar rosto que transpassou 3 gerações de consoles, uma nova Lara foi construída, com o rosto inspirado no da modelo Megan Farquhar (é, eu procurei no google, me processa), sendo que nas novas versões (de PS4 e Xbox One o rosto está diferente). Aliás, a nova Lara está mais atraente que a antiga, pois ao invés de parecer um Sex Symbol, é apenas uma mulher normal que bem... É bonita pra caramba. Os outros personagens principais estão igualmente bem feitos, mas os cenários são o que se destacam aqui, pois são imensos. Apesar de estarmos numa ilha, aonde as coisas são sempre parecidas, temos diversos cenários por onde você pode de certa forma ir e voltar quando quiser (via fast travel pra evitar o famigerado back tracking). E se você tem um PC bem potente, pode até ver os cabelos realistas da Lara. Em alguns momentos, aonde tem uma favela, eu quase me senti em casa, se é que vocês me entendem.

Sonoramente é bastante competente. A trilha de  Jason Graves  pontua de maneira precisa cada momento do jogo, assim como a falta dela em muitos momentos. Mas o fato é que o destaque vai para a dublagem. Primeiramente destaco Camilla Luddington que não foi apenas a voz, mas corpo e alma de Lara Croft (e de fato, foi ela quem fez o motion capture da Lara, dedicando um dia inteiro apenas para gravar as cenas de morte do jogo) e na humilde opinião deste que voz fala, o rosto dela deveria estampar o jogo e o rosto da Lara ser baseado no dela, mas enfim, os outros atores também desempenham bem seus papéis, como por exemplo Robert Craighead, que fez de Mathias um vilão odioso e insano (talvez não tão insano quanto Vaas de Far Cry 3, mas estou divagando) e Robin Atkin Downes fez de Roth o mentor que Lara necessitava.

Finalizando, compre Tomb Raider. Sério. Não preciso falar mais nada. Compre, independente de qual plataforma você tenha, compre este jogo.

Nota Final: 10

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